quinta-feira, 12 de julho de 2012

VIDA ETERNA E MORTE DEFINITIVA

Seria viver eternamente, suportável para a consciência humana? Estar ciente de que nunca irá deixará de existir, estar sempre consciente deste fato, creio que de certa forma poderia nos causar uma fadiga psíquica. Nossa mente foi preparada para períodos de consciência e de inconsciência. Por isto o sono é fundamental para quer possamos continuar a viver nesta Terra de forma plena. Mas uma vida eterna sempre consciente nos conduz a perguntas tais como, o que fazer perante toda uma eternidade? Como entender que nunca, nunca mais, se deixaremos de existir?  Provavelmente esta vida como o passar do tempo, seja em qual forma o mesmo se manifeste, nos deixaria enfastiado e  com o desejo de repousar nossa consciência.
       Então, o ideal é que a morte seja realmente o fim da pessoa? Deixar de existir consciente e definitivamente? Mas como um ser que foi consciente de sua própria existência nunca mais terá  a consciência de  ter existindo? Porque a natureza, que manifesta Sabedoria e racionalidade em todas as suas obras, elevaria tal alto uma criatura para fazê-la voltar ao nada?  Perante a consciência individual do Eu, a morte é um absurdo, embora aceita pela razão, nunca aceita pela pessoa. Mesmo que entendamos que do ponto de vista material, esta  é um processo natural e necessário. Mas não o é para a razão, para a nossa consciência de indivíduos pensantes. Se na natureza tudo  o que é material se transforma, certo será que o que é imaterial, com a racionalidade humana, também não seja destruída com a morte;  mas progrida sempre mais.
       Parafraseado Paulo de Tarso, apóstolo cristão,  Ir  de glória em glória, significaria também  sempre alcançar  um nível superior, filosoficamente pensando. Sendo esta vida tão breve não é a mesma  suficiente para o nosso desenvolvimento pleno de toda a nossa racionalidade. Se na natureza nada perde, mas tudo se transforma por certo nossa consciência, não poderá  regredir e voltar ao nada; também progredirá.  Provavelmente nosso estado de consciência aqui na terra seja apenas o primeiro seguido de muitos outros estados conscientes após a nossa morte. Teremos a Vida eterna, imortal, mas nem sempre estaremos  conscientes. Também será necessário períodos inconscientes, para o repouso da razão. E novo despertar a cada período, para acumulo de mais aprendizado, de maior conhecimento, num progredir sem fim, numa contemplação perene da Eternidade. Vida Eterna com intervalos de consciência e inconsciência sem perda do nosso eu; mas com acréscimo de novos conhecimentos aos já adquiridos. Eis como ajustar a realidade de uma   Vida Eterna, a uma consciência  também eterna, mas necessitando de repouso, para que esta mesma não se torne insuportável.