quinta-feira, 31 de julho de 2008

A CONSTRUÇAO DA ABJURAÇAO DE JOANA DARC

O artifício dos ingleses para denegrir sua imagem.
Nos livros sobre Joana d´Arc é descrita a cena da chamada Abjuração, em que ela assina um documento feito pelos juízes, reconhecendo suas Vozes como diabólicas e em que sujeita todas as suas crenças à Igreja. Em sinal de obediência deixa o traje de homem e veste-se como mulher. Afirmam os juízes que Joana aceitou tudo e voltando para a cela no dia 24 de maio de 1431, no dia 27 do mesmo mês, apareceu vestida com roupas masculinas. No processo de Reabilitação há muitas versões contraditórias para a retomada destas roupas. Preocupados em não fazer de Joana uma perjura ou confirmá-la com impostora, as testemunhas, muitas delas, participastes do primeiro julgamento, afirmam que durante a noite, tiraram as roupas femininas de Joana da Cela e deixaram as masculinas. Impossível tal fato, porque a Donzela jamais teria dormido nua, Já que quando estava entre soldados franceses e amigos,segundo suas próprias palavras, dormia de armadura para preservar sua virgindade. Outros disseram que Joana foi obrigada quando ia levantar-se, a vestir-se com as roupas de homem,e se não o fizesse, ficaria acorrentada. Também não há nenhum sentido nisto, já que a própria Joana, sendo capaz de gritar ao bispo "morro por tua causa" poucas horas depois, falou que havia vestido essas roupas por livre espontânea vontade. Então o que houve? A tal abjuração nunca aconteceu. Os juízes, aliados dos ingleses, não conseguindo que Joana renunciasse suas vozes e retomasse roupas de mulher, se aproveitaram do medo que ela tinha do fogo e disseram que Abjurar, significava sujeitar-se a Igreja e para isso assinasse uma papel para ficar livre dos ingleses e ser conduzida para uma cela guardada por mulheres, ouvir missa e confessar-se. É por isso que quando escuta esta promessa Joana diz: "Avante pessoal da Igreja: Livre-me dos ingleses, meus inimigos." No entanto ela é conduzida à mesma cela e obrigada pelos guardas e padres a desfazer-se das roupas de homens, que são arrancadas dela, conforme declarou, uma única testemunha no processo de reabilitação. Sabendo que na primeira oportunidade Joana voltaria a se vestir como antes,fazem chegar à prisão os trajes masculinos, que a Donzela recupera imediatamente. Este é o motivo para torná-la Relapsa. Colocam também palavras na boca da Donzela distorcendo o que ela afirmou sobre as Vozes. Dizem no processo que as próprias Vozes haviam dito que Joana tinha se condenado para salvar a vida, quando na verdade ela disse: "Se eu dissesse que não era enviada por Deus eu me condenaria, a verdade e que Deus me enviou." Joana aparece muito humana nesta cena. Reconhece que tem medo do fogo. O tipo de morte que mais a apavora. No entanto todo vez que é pressionada pra negar suas vozes reage com firmeza. Percebendo que nada obteriam dela com ameaças utilizam-se de promessas e falsa piedade. Os juízes que a julgam são todos franceses aliados da Inglaterra. Fácil fazer ela acreditar que a cena no cemitério era pra livra-la das mãos dos ingleses e leva-la para a proteção da Igreja. A mentira se desfaz logo após o Joana aceitar a proposta. A conduzem a mesma cela de antes. Oferecem um vestido. Sem haver prometido retirar suas roupas, a Donzela recusa. Ameaçam arrancar suas vestes a força. Ela cede.Talvez tenham prometido conduzi-la as prisões da igreja depois, inventando que a mesma estava em reforma. Dias depois um lord inglês, tenta violenta-la. Logo depois as roupas de homem são jogadas na cela. Joana as veste. Quando os juízes vem a cela e Cauchon pergunta quem a fez vestir-se dessa forma. A donzela diz: "Eu mesma sem ajuda nenhuma. Prefiro a roupa de homem," contradizendo o testemunho 25 anos depois no processo de reabilitação , em que estes afirmam que Joana foi obrigada pelos guardas ingleses a recuperar as roupas masculinas. Joana também diz que nunca havia negado suas vozes; A "abjuração" fazia parte de um plano. O fato de terem permitido Joana ficar vestida de homem durante todo julgamento. A falsa promessa de ir para uma prisão da Igreja visava tão somente condena-la como o pior tipo de herege. O relapso. Aquele que não sustenta sua missão e seu juramento. Assim a memória de Joana ficaria manchada para sempre. Tanto e que Cauchon nunca mostra a tal cédula com assinatura de Joana a ela nem aos juízes, aos ingleses e aos franceses. E porque não o faz? Pelo simples fato de que não conseguiram a assinatura da donzela neste documento. Tentaram fazê-la assinar mas ela desenhou circulo e uma cruz. Na verdade o documento não apresentou uma assinatura autentica.Um pesquisador sério até nega a existência dessa documento.Mas há testemunhos afirmando que Joana foi forçada a assinar um determinado papel. Uma testemunha no processo de reabilitação afirma que alguém forçou sua mão assinar. Com certeza não reproduzia fielmente a assinatura de Joana em suas cartas, por isso o documento foi deixado de lado. Joana era humana. Reconhece o pavor da morte. Lamenta morrer queimada. Mas não era covarde. Diante de suas convicções jamais fraquejou. Esta firmeza de vontade só podia ser quebrada com uma trama diabólica através de uma falsa preocupação com sua morte e o fingimento do desejo de salvá-la. Foi o que fizeram para enganá-la e evitar torna-la mártir e heróina.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Cascavel, Cidade turística. É possível?


Cascavel, o distrito sede, poderia ser uma cidade de grandes atrativos turísticos, não só pelas belas praias que ainda pertencem ao município, mas por seus monumentos... Que monumentos? Por suas praças floridas e bem arquitetadas. Que praças? Nossos prédios antigos foram destruídos. A nossa matriz completamente alterada. Não se tornou uma obra bela da moderna arquitetura. Deixou de ser uma expressão do barroco do século XIX para ser algo entre um barracão e uma salão de eventos sem nenhuma estética. Nosso altar fere até mesmo as normas litúrgicas do Vaticano II com seu sacrário exposto no centro com fosse um armário. Promessas de reforma existem. Mas para quando? Ninguém sabe. E o tempo passa sem piedade. Outro monumento nosso prestes a desabar é nossa antiga cadeia publica que tendo sido reformada foi novamente abandonada as traças aos cupins e a desolação. Nossas praças? Uma lástima. As que não estão abandonadas como a do Hospital,,( o ponto de encontro dos jovens) , sem bancos, sem iluminação e entregue as formigas, não apresentam, beleza, não possuem flores, os canteiros parecem tanques ou covas de plantar batatas; os arcos de nenhum triunfo não integram o conjunto. Quando vejo cidades menores, em pleno sertão nordestino, com praças floridas e agradáveis, fico triste e lamento a sorte da minha cidade. Tão mal amada e mal cuidada.
Por que Cascavel não tem a sorte de gestores capazes de fazê-la uma cidade bela, limpa, enfim um local que seja um jardim? Porque estamos no Ceará e aqui as flores não florescem. De forma alguma! Cidades em pleno sertão cearense e nordestino têm praças bonitas, verdadeiros cartões postais. Eu as vi.

Porém, estamos novamente em uma ano eleitoral. Muitas promessas. E muito mais campanhas da musiquinha e dos cartazes. Em quem votaremos? No candidato que colocar mais pessoas segurando bandeiras nas ruas? No que fizer a modinha mais criativa ou o que reunir o maior número de carros numa carreata? Precisamos de propostas concretas, sérias e viáveis senão Cascavel, a cidade, continuará desperdiçando todo o potencial turístico que possui. Cascavel não merece continuar feia e mal amada. Vamos amar nossa cidade e transformá-la num jardim. Ela não é feia por natureza. Seus filhos a estão fazendo ficar assim.

Professor Francisco Silva de Castro

segunda-feira, 2 de junho de 2008

RELIGIÃO NA MODERNIDADE


Inicialmente precisamos diferenciar Religião de Religiosidade. A Religião indica a forma cultural de expressarmos a religiosidade, que é pertinente à nossa natureza humana e se manifesta como busca, anseio, pelo o que é eterno, superior, o belo e o bom. Traduz também nosso sentimento de admiração, medo e espanto perante os mistérios da natureza e a busca Constante pela paz interna. A partir da religiosidade surge as expressões de ligação com o Superior ou Transcendente, ou seja, as religiões. Podemos afirmar que nunca houve uma sociedade sem uma característica religiosa. Iniciando com o culto rudimentar aos mortos e às forças da natureza a religião foi evoluindo e apresentou uma organização externa complexa com estas características: doutrinas, moral e rituais, para agradar os deuses ou a um Deus nacional ou tribal exclusivo.Com o progresso científico do século XIX a religião, particuramente em sua corrente cristã e católica que dominava no ocidente teve seus alicerces abalados, porque muitas de suas doutrinas consideradas verdades absolutas formas contraditadas pelas descobertas cientificas, dentre estas a narrativa da origem do homem, antes entendida tal como narra o livro dos Genesis. A Teoria da Evolução das Espécies formulou a hipótese que a principio colocava em questão a necessidade de um Criador onipotente para o surgimento do homem. As ideologias sociais explicavam as relações humanas baseadas unicamente na luta de classes e no materialismo histórico. A economia e não fé dominou a história e foi em busca de sobrevivência e do poder que as sociedades se organizaram fazendo surgir inclusive as próprias religiões e o Estado. O Ateísmo domina os meios científicos e as universidades, apresentando-se como evidencia de liberdade frente ao fanatismo e a crença ingênua. Deus deixa de ser o centro do universo e da vida social e em seu lugar fica a ciência e o próprio ser humano, este como resultado do acaso por meio da evolução.

Porem a Religião não morreu e as instituições tiveram também que se amoldar aos novos tempos. A Igreja Católica Romana segmento majoritário do Cristianismo renovou seus ritos e apresentou-se como uma outra linguagem para adaptar-se a nova mentalidade. O homem atual ainda pratica ritos religiosos, porem, não com intenção de livra-se de penas eternas ou por obediência a um poder constituído mas por uma necessidade que poderíamos afirmar unicamente pessoal.

As principais características da religião na modernidade principalmente na vertente cristã são:

Subjetivismo: Crença de acordo com a vontade e compreensão pessoal.

Individualismo: Relacionamento direto com a Divindade sem necessidade de intermediários.

Pragmatismo: Busca de satisfação pessoa aqui e agora. Não mais a esperança de vida melhor no outro mundo, mas bem estar pessoal e social neste mundo. Neste aspecto entenda-se com faceta da religiosidade os grupos de meditação, terapias alternativas e o movimento da Nova Era.

Se a Ciência não superou a Religião como fenômeno humano entendemos que é porque esta aflora em qualquer época como uma necedade própria de sua natureza. Se mudaram as formas de expressão, sem que a esta acabasse é porque permanece a sede de perfeição e, o que mais significativo, de eternidade para nós humanos.

Prof. Francisco Castro

Licenciado em Ciências Religiosas

sexta-feira, 14 de março de 2008

JESUS, MODELO PARA O PROFESSOR

A idéia que a maioria tem de Jesus é de uma pessoa extremamente boa que chega a ser besta. Mesmo aqueles que o consideram Deus, sentem muita pena dele por tudo aconteceu antes de sua morte. Jesus é o bonzinho, que tudo perdoa e tudo suporta. Os crentes o adoram, sabem que ele tinha poder, mas como não os usou contra os malvados desse mundo, sua vitória é colocada apenas numa outra vida e a maioria vive imersa nessa vida e em constante luta para não ser dominado pelos mais fortes. Neste aspecto Jesus é associado ao sofrimento, ao que tudo aguenta por amor e não reage. É aquele de quem os maus fizeram gatos e sapato. Tudo bem que ele deixou, mas isto em vez de coloca-lo como um forte, reforça esta passividade. Se ele, que tinha poder deixou fazer o que fizeram como ele, eu se quero ser cristão devo ser assim também. Só que eu não estou disposto a ser o besta, o saco de pancadas de todo só pra ser bonzinho como Jesus. Considerando a gestão de uma sala de aula, na concepção comum, o professor que assumisse a postura de Jesus, segundo o povão, seria massacrado pelos alunos, pois agiria como o bonzinho que perdoaria tudo e jamais passaria uma bronca nos alunos. Porém, independente de considerarmos Jesus Deus e Salvador, foi esta a sua ação frente aos seus opositores? Percebemos que não. Jesus nunca temeu dizer bem alto o que ele pensava de seus adversários. Basta ler o sermão da montanha e sue discurso contra os fariseus. Denuncia corajosamente toda hipocrisia deles. Leiam Lucas cap. 11, 37-53 e também Mt 23 ,13-36 mostram que Jesus chamava muito bem a atenção para o erro de seus inimigos. Um outro aspecto a considerar é que Jesus ensinava com autoridade e entusiasmava seus ouvintes. Com certeza se tivéssemos este entusiasmo e convicção de Jesus em nossas aulas, nossos alunos não achariam estas aulas tão chatas e vazias. "Aconteceu que ao terminar de ensinar estas coisas, as multidões ficaram extasiadas como o seu ENSINO, porque as ensinava com AUTORIDADE e não como os seus escribas." Mt 7,29 Jesus possui tanta firmeza que até mesmo seu olhar produzia respeito. Escapou de ser lançada do monte de Nazaré encarando seus inimigos e passando pelo meio deles. Apenas com um olhar os dominava. Quem dera nós professores, conseguíssemos isso de nossos alunos. No entanto, haja gritos e ameaças para conseguirmos um pouco de silêncio. "...e o conduziram para o alto de uma colina com a intenção de joga-lo de lá, mas Jesus, passando pelo meio deles prosseguiu o seu caminho." Lc 4,29. Ah se tivéssemos um pouquinho da pedagogia de Jesus! Seriamos, sem duvida, os melhores professores do mundo.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Destaque da semana - 03/02 a 10/02

A semana iniciou com uma expectativa. Os encontros pedagógicos do dia 08 e 09. Uma certa insegurança, angustia, expectativa. Sentir-se professor de sala de aula depois de 9 anos fora não muito fácil. Principalmente quando voce esta voltado não por uma decisão pessoal mas por causa dos outros. Mas fui, participei. Rotina conhecida. Domingo fui a missa no mosteiro de são Bento. Foi muito bom. Aliviou um pouco. Amanhã irei dar uma decisão fundamental. Gosto de trabalha em escola e pronto. Nesta semana inicia as aulas. Nova fase . Que eu faço o melhor não por mim mais pelos meus alunos.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Os destaques da Semana

Hoje, Domingo de Carnaval, dia 03 de fevereiro de 2008. Inicio de uma nova semana. Do domingo passado até este dia registro na rotina pequenas alterações. Fiz meu exame em Fortalezam graças a ajuda caridosa do Cristiano, Técnico em Enfermagem, conhecido de algumas datas. Meus olhos foram aguados com uma enxurrada de colírios. Na verdade quarta-feira já havia feito a curva ( medição constate da pressão) e outra enxurrada de colírios. Certa alteração n o olho direito no exame de campo visual. E os olhos continuam vermelhos como os de um vampiro sedento de sangue. Alegria, Alegria, saiu o dinheiro merecido na sexta-feira pague as inumeras contas. Agradecido sempre! Que bom seria todos terem um trabalho e poder pagar suas contas sem dramas e nem queixas. Bom que também não precisei ir para o encontro em Guanacés, nova Escola, depois de ter sido dispensado, enxotado e excluído da Coordenação Pedagógica na Escola de Beberibe. Ontem fiz um eletrocardiograma. Coisas do coração. E hoje quero iniciar o domingo em comunhão com o Cristo, meu Senhor. Vou a missa que é bem menos show com padre metido a pop star. Anseio um dia de paz interior.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Apresentação

Francisco Silva de Castro. Ou melhor: Francisco de Castro e Silva se considerarmos apenas os ancestrais pela linha paterna do avó. 44 anos vividos em meio a tantos conflitos, sonhos, realizações a aspirações. Nascido em Cascavel, o do Ceará, litoral leste a 60 Km de Fortaleza, a capital. Professor da rede estadual, licenciado em Teologia e Filosofia, católico por tradição, por adesão e em eterno conflito com a própria igreja amando-a e rejeitando-a ao mesmo tempo. Antes intolerante em matéria de fé, depois eclético e hoje cristão acima de tudo mas vendo o Cristo histórico como o Verbo Eterno, luz de tudo o que é bom em todas as outras manifestações religiosas. Um pouco melancólico, sério e retraido, talvez sofrido mas ainda na luta. Sonhador ao máximo, perdido em sues devaneios. Crente de que a vida é uma passagem para a Vida, pois é esta Vida que merece ser chamada de Vida. Aspira um mundo sem miseráveis, sem marginais ou pelo menos com bem menos e construído na paz e na justiça. Eis um breve esboço deste individuo que a Natureza, com "n" maiúsculo mesmo por que entendida como A Criação suprema que o colocou neste mundo para algum propósito misterioso. Assim creio.